terça-feira, 22 de dezembro de 2015

QUANDO CALA A NOITE E OUTROS POEMAS DE RICARD MIRABETE

CELEBRAÇÃO

Mais do que a noite, o jorro de água a fender
                        as voltas da água escondida no esquecimento.

Ainda mais do que o jorro, celebração
para o amarelo luminoso e puro da sombra
do sol nos teus beiços: balança ou cantiga.

Quem desloca o peso do obscuro
para a canção nua?


QUANDO CALA A NOITE

Quando cala a noite
por detrás dos limites da tarde,
repousa e cala
para uma claridade voltar ao pé de mim.

Os ditados do vento que buliga
pelos portões e que se torna voz
e intimidade.

Tudo quanto se converte, conto-o por dentro dos olhos


A MELODIA DO VAZIO

Por debaixo do abismo cru do poente
a hipnose da queda
alonga a melodia do vazio.

Ambos deles atravessam a praia
até o quebra-mar. Perante eles, o mar
- a única marca do limite, o peso flutuante.
Trás eles, o sujo empurrão do mundo.

As rochas caminhadas.

© TextoRicard Mirabete
© Tradução: Xavier Frias Conde






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